Ninguém põe em causa que a internet e o desenvolvimento das redes sociais, sobretudo ao longo dos últimos 5 anos, mudaram profundamente o panorama do recrutamento de pessoas.
Contudo, é preciso deixar claro, o currículo continua a ter um papel muito importante para a maioria dos recrutadores e profissionais de recursos humanos. Ele é útil para quem recruta porque sintetiza num único documento as várias etapas profissionais e académicas do indivíduo e permite ao recrutador estabelecer comparações entre candidatos.
.:: O currículo na web 2.0
As plataformas sociais são relevantes para você dar-se a conhecer, exibir de forma competente as suas habilidades e percurso profissionais, com uma presunção moderada, mas porventura eficaz. E no final, é disso que se trata, de eficácia.
A principal mudança a que assistimos hoje, está no modo como os departamentos de recursos humanos ou quem organiza o processo de recrutamento, encontram os candidatos. Já não recorrem apenas a currículos mas também aos perfis das redes sociais.
É a partir do momento que um candidato é identificado (por exemplo, através de um perfil online) e contactado que se estabelece uma relação de interesses mútuos, uma negociação. Neste ponto, é provável que seja solicitado o currículo ao candidato, que deverá apresenta-lo em conformidade com aquilo que vem sendo publicado no seu perfil online (redes sociais, blogs, etc) e qualquer incoerência é facilmente identificada numa entrevista.
A maioria dos profissionais de recursos humanos continua a utilizar os currículos juntamente com o perfil online dos candidatos, e surge agora um grupo – embora minoritário que praticamente já não os usa, baseando-se essencialmente naquilo que os candidatos expõem online.
Contudo, ainda devem passar bastantes anos até que os responsáveis das empresas e os seus departamentos de recursos humanos, se sintam confortáveis para basear todo o processo de recrutamento nas redes sociais, descartando o uso do currículo como peça fundamental. E tudo isto por uma razão muito simples: evitar possíveis discriminações durante o processo de recrutamento – prejudiciais tanto para organizações como para candidatos. Os perfis nas redes sociais permitem ver facilmente certos aspetos da vida dos candidatos que podem influenciar inconscientemente o recrutador.
Desta forma, enquanto surgem novas oportunidades na web 2.0 e nas redes sociais, os profissionais de recursos humanos, recrutadores ou responsáveis pelas organizações já compreenderam as precauções que devem ter ao adotar estas ferramentas, numa época com tanta abundância de perfis. O processo de recrutamento tal como existia há poucos anos atrás vem transformando-se para se adaptar às tendências tecnológicas e à social media.
Com aspetos positivos e negativos, as redes sociais podem ajudar os recrutadores no processo de tomada de decisão embora não seja um bom princípio sobrevalorizar a utilização de ferramentas da web 2.0 como o Linkedin ou o Facebook.
Para concluir, o curriculum vitae é, hoje em dia, uma parte indissociável do processo de recrutamento e seleção, embora não saibamos até que ponto entrará em desuso nos próximos 5 ou 10 anos. O currículo por um lado e as redes sociais por outro, são duas faces da mesma moeda.
Ao comentar está de acordo com a política de comentários do clipemprego.com