Redes Sociais – Inicialmente o mundo da Internet resumia-se a um grupo de entusiastas ou geeks que refugiados nesta tecnologia contribuíam para uma rede repleta de novidades. A partir de um computador pessoal era possível aceder a milhões de páginas web, um fenómeno que se mantinha praticamente inacessível para a maioria da população que muitas vezes alimentava uma relação de desconfiança em relação à rede. Entretanto, a ferramenta não parou de evoluir, surgiu o extinto msn, os primeiros blogs, seguidos dos fóruns e mais recentemente das redes sociais.
Hoje em dia, o acesso à Internet massificou-se e apesar das críticas que se possam fazer ao modelo atual, o que é certo, é que as pessoas estão mais conectadas do que nunca por esta ferramenta.
As redes sociais, tornaram-se numa parte fundamental da vida social das crianças e dos jovens – e não tão jovens – de hoje em dia, e a única ressalva é, como sempre, a necessidade de proporcionar educação e formação para que as pessoas aprendam a conviver com estas (as redes sociais), através de normas de comportamento e recursos para que se sintam cómodos nos meios sociais online.
Talvez aqui ainda subsistam algumas dúvidas. Mesmo para procurar emprego ninguém é obrigado a ter uma identidade online e participar numa rede social. Contudo, um profissional sem presença online não estará em pé de igualdade, pois pelo menos, não desfrutará das oportunidades que a presença online, quando bem construída, nos traz. Os candidatos a emprego que o digam.
Atualmente, a forma de chegar às empresas mudou radicalmente e em muitos casos para melhor. Não há muito tempo atrás – uns 7 ou 8 anos – muitas ofertas de emprego eram divulgadas através de jornais nacionais e locais. Apesar disso, assim como hoje, muitas ofertas nem eram divulgadas por estes meios (convencionais) e eram atribuídas a profissionais através de contactos e das suas redes sociais, mesmo antes de se ouvir falar do facebook ou do linkedin.
| Alguns encontram emprego através da cunha outros fazem-no com glamour e utilizam contactos. Percebe a diferença?
O principal problema do mundo online é que deixa marcas. Talvez seja isso que tanto incomoda a Miguel Sousa Tavares e com razão. Não se trata apenas da marca que deixa na Internet, mas também das marcas que os outros deixam sobre aquilo que você é, podendo afetar a imagem que procura passar. Por este motivo, muitas figuras públicas, têm especialistas de imagem que as conduzem para uma gestão eficiente da sua marca, e ultimamente, da sua presença nas redes sociais.
O caso recente da jornalista Judite Sousa teve uma repercussão mediática do tipo bola de neve. Após uma entrevista um tanto desafortunada, a referida jornalista, viu surgir uma chuva de críticas através dos meios sociais. O caso descontrolou-se a ponto do comentador Marcelo Rebelo de Sousa tecer alguns reparos à prestação da pivot da TVI como pode ver aqui.
| A reputação não se destrói facilmente. Se se tem uma boa rede, com pessoas que o(a) apoiam e falam bem de si, as críticas não têm muito efeito.
Em todo o caso, este exemplo demonstra o poder que as redes sociais podem ter sobre os indivíduos. Se você não gere a sua reputação online convenientemente, os outros podem fazê-lo por si. Exerça a sua responsabilidade e tome as rédeas da sua presença na Internet e fora dela! Desta forma, tornará a sua marca pessoal mais coerente com os seus objetivos pessoais e/ ou profissionais. Hoje temos informação e recursos que antes eram impensáveis. Agora, é necessário utilizar estes recursos com orientação e objetivos claros.
4 Opiniões de conhecidas personalidades
Finalmente, o que dizem conhecidas figuras públicas sobre as redes sociais? Algumas opiniões/ perspetivas são no mínimo curiosas. 😉
| “A minha vida já está tão exposta que de facto não procuro mais exposição. Mas estes novos atores não consideram isto como exposição. Eu acho um sacrilégio escrever no Facebook que esta manhã estou não sei onde a apanhar sol. É uma questão geracional”
Alexandra Lencastre não gosta de redes sociais, Alexandra Lencastre via DN
“Hoje em dia, as pessoas também têm mais informação do que a que conseguem entender. Nós temos uma dose limitada de aquisição de conhecimentos, e o resto é preciso tempo para pensar. No Facebook e no Twitter tudo tem umas teses extraordinárias. São todos cultíssimos, leves, frescos, trendy, sei lá … (…)Vou a uma festa e alguém põe uma foto minha na sua página do Facebook. É o paparazzo dentro de cada um, não é? A total promiscuidade das vidas privadas! E está tudo radiante a expor as suas vidas privadas no Facebook, contentíssimos, porque têm um feedback instantâneo, julgam que assim não estão solitários. E está tudo fechado em casa, diante do computador!”
Odeio tanto o Twitter como o Facebook, Miguel Sousa Tavares via DN
“A rede social só permite é perceberes acima de tudo o feedback porque a televisão é muito distante, a radio não tanto, mas a rede social é imediato, as pessoas podem reagir imediatamente, podem comentar imediatamente e encontram acima de tudo…o que eu gosto neste tipo de plataforma é o facto das pessoas se poderem encontrar …”
A relação de amor/ ódio entre os famosos e as redes sociais, comentario do Nilton via CMTV
“Os habituais velhos do Restelo, os do “no meu tempo”, sempre prontos a denegrir as gerações mais novas (o que se repete na geração seguinte), vêem nestas redes uma conexão postiça. Logo, deduzem que o facto de terem sido inventadas por um estudante solitário, mais do que dizer alguma coisa sobre ele, reflecte uma época.
Talvez o Facebook seja uma vitrina de relações interpessoais. Talvez seja uma loja de pessoas. Porém, resolve dificuldades de socialização e supera distâncias. Não é tão diferente dos bailes de aldeia, muito menos da correspondência que muitas portuguesas mantinham com combatentes durante a guerra colonial, contraindo matrimónio por procuração e fazendo a pré-história dos blind dates, por exemplo. Nem tão distinto de outros modos de contacto via correio como os pen friends dos anos 80. (…) numa sociedade desfragmentada, onde as famílias passaram de agregados de três gerações a ilhas monoparentais; as populações deslocaram-se da proximidade rural para o anonimato das grandes cidades; onde as redes de trabalho, cada vez com mais mobilidade, mais temporárias e precárias, perderam coesão; numa sociedade ferozmente competitiva, as redes sociais podem ser vistas como revolucionárias, uma resposta à atomização contemporânea. E talvez seja por isso que mesmo sendo arriscado fazer filmes sobre inventores de tecnologia, e sendo cedo para saber se o Facebook fará história, se fez um filme sobre o Facebook.”
A rede e o polvo, Joana Amaral Dias via CMjornal
fotos: StockMonkeys.com, epSos.de
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