Quando definimos uma meta, inspiramos logo um pensamento positivo sobre a probabilidade de alcançá-la. Para criar e manter a motivação, estimular este tipo de crenças é útil, mas a realidade é que a maior parte dos objetivos implicam tempo, planificação, esforço e persistência.
Por outro lado, muitas vezes definimos objetivos que para nós são difíceis de alcançar ou que nem são nossos, em vez de estabelecer objetivos concretos relacionados com as nossas motivações e cuja concretização ou não possa ser facilmente avaliada.
Neste artigo, vou apresentar algumas ideias sobre como definir metas que nos animem a fazer e implicarmos-nos mais naquilo que gostamos.
Índice de Leitura
• 1. A vida como um processo contínuo e não como meta.
• 2. Não construa um sonho, trabalhe na direção daquilo que lhe interessa.
• 3. Descubra as suas metas observando aquilo que gosta de fazer ou praticar.
• 4. Seja consciente que este processo pode levar tempo.
• 5. Aprenda a “fluir”.
1. A vida como um processo contínuo e não como meta.
Formule objetivos que o/ a obriguem a trabalhar arduamente naquilo que gosta de trabalhar. Mas não faça disso uma obsessão.
Em Alice no País das Maravilhas, há um momento de enorme transcendência para a personagem principal, Alice, e que elucida perfeitamente este processo.
O caminho que tomamos implica um pouco de auto-conhecimento: no que é que somos bons? O que gostamos de fazer? Se não lhe dedica muito tempo e energia a objetivos que supostamente o/ a motivam, talvez essas metas ou atividades não sejam as mais adequadas para si.
2. Não construa um sonho, trabalhe na direção daquilo que lhe interessa.
A vida profissional tende a idealizar-se. Por exemplo, frases como “faça aquilo que ama” ou “persiga os seus sonhos” fazem parte de um discurso genérico, que incentiva as pessoas a desejar muito, mas peca por não oferecer ideias concretas que nos ajudem a melhorar as nossas vidas.
As decisões de carreira parecem estar mais relacionadas com o tipo de vida que desejamos para nós, do que simplesmente descobrir aquilo que mais amamos.
Se não sabe bem o próximo passo, opte por fazer qualquer coisa que fortaleça os seus pontos fortes, assim pelo menos, focalizará mais no processo e menos na meta.
3. Descubra as suas metas observando aquilo que gosta de fazer ou praticar.
Um pianista famoso estava a dar um recital. A anfitriã disse-lhe: “Faria qualquer coisa para tocar piano como o senhor”. O pianista pensativo, respondeu: “Não, não faria qualquer coisa”. A mulher, ruborizada à frente dos convidados, insistiu: “Sim, digo-lhe faria qualquer coisa”. O pianista que negava com a cabeça, finalizou: “A senhora gostaria de tocar como eu neste momento, mas não estaria disposta a praticar oito horas por dia, durante os próximos 20 anos para alcançar este nível de exigência”.
Todos queremos ser “pianistas” e alcançar os nossos propósitos, mas estaremos dispostos a aplicar o nosso esforço a qualquer coisa?
Focalize no processo quando você agarra um objetivo. Pare de pensar na concretização desse objetivo e reflita um segundo – gostaria mesmo desta vida de “pianista”? Descubra alguma coisa onde a resposta seja um SIM.
4. Seja consciente que este processo pode levar tempo.
Antigamente, a construção de identidades costumavam nos ser dadas por algumas estruturas muito estáveis. A nossa identidade de trabalho era herdada, se era homem, do seu pai, por exemplo. As identidades nacionais eram fixas, não viajávamos muito, muitas vezes vivia-se num só lugar e a nossa sociedade tinha a tendência de se transformar muito lentamente.
A mudança de paradigma é vista imediatamente como uma coisa boa: “eu escolho as minhas roupas, escolho a minha identidade”, diria um adolescente. Mas isto é subestimar a grande dificuldade do processo: “Eu escolhi esta identidade de trabalho, mas porque não aquela?”.
Este é um desafio do homem moderno e quem lhe disse que é um processo simples brincou consigo. Citando Woddy Allen, “as pessoas demoram anos a melhorar as suas vidas da noite para o dia”.
Talvez seja por isso, que as pessoas mais velhas, registam muitas vezes um aumento de felicidade com o passar do tempo. Isso acontece porque as suas possíveis escolhas de identidade se veem reduzidas.
5. Aprenda a “fluir”.
Há um estado que o psicólogo Húngaro, Mihaly Csikszentmihalyi, designa por “flow”. Este estado mental dá-se quando estamos de tal forma envolvidos na execução de uma atividade que não pensamos em nada mais, e aí funcionamos no nosso nível mais elevado. Para chegar a este estado necessita-se de certo grau de mestria e paixão naquilo que se faz.
Por isso, quando o seu objetivo é praticar aquilo que gosta de fazer, no geral, fá-lo sentir mais feliz do que simplesmente perseguir um objetivo final. Outra vez, “fluir” é um processo e não um objetivo. Pode propor-se um objetivo, mas será melhor se de seguida consegue estar em “flow” todos os dias, ao mesmo tempo que procura alcançá-lo.
quadro: wikipedia
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