Até finais do século XX a Educação e o Esforço eram os requisitos fundamentais para obter um emprego em troca de um salário ou rendimento.
Hoje sabemos que os pressupostos em que assentava este paradigma não se verificam mais. A tecnologia e a digitalização representam para o mercado de trabalho não só uma mera mudança, mas uma verdadeira revolução.
Conceitos como “profissão”, “contrato de trabalho”, “tempo de trabalho” e “espaço de trabalho” estão a assumir novos significados.
Aprender é o novo Projeto de Vida
Saímos da sociedade do trabalho. As empresas já não são a fonte de emprego estável que foram outrora. A ideia de que as Organizações podem oferecer um lugar para todo aquele que procura um “emprego” não é um dado adquirido no mundo atual.
A fragmentação do trabalho, a maior especialização de tarefas/atividades, a disponibilidade de um pool de talento global sem precedentes, as formas de trabalho flexível aliadas ao uso da tecnologia e muitas outras mudanças que aconteceram nos últimos anos, reconfiguraram completamente o mundo de trabalho mudando as regras do jogo para Organizações e trabalhadores.
Nos próximos anos assistiremos a uma redistribuição dos empregos entre indústrias, regiões e qualificações. As atividades repetitivas e rotineiras serão cada vez mais automatizadas, deixando obsoleta a formação de muitos profissionais (principalmente, os de qualificação intermédia). A brecha entre a procura e a oferta de competências continuará a aumentar.
(Gráfico: The future of employment: How susceptible are jobs to computerisation? http://bit.ly/IDpApG)
A inevitável transformação do mundo laboral – da redução ao mínimo do trabalho assalariado, à emergência de outras formas de colaboração entre Organizações e profissionais (trabalho por projetos, contratos de curta duração, auto-emprego…) – é apenas um indício de uma mudança de época que fará desaparecer muitos dos “ofícios” que hoje conhecemos.
Atualmente, mais de metade da força laboral gere informação. Visionário, Charles Handy afirmava o seguinte numa entrevista a princípios da década de 90 do século passado: “Machines can do more and more of the dirty, heavy, or boring work. In fact, one calculation suggests that 70 per cent of the work force in Canada, America, Europe, and Japan in the year 2000 will be using brain skills rather than muscle skills”.
Não há uma estratégia definitiva para nós, enquanto profissionais do conhecimento, enfrentarmos tantos desafios. Contudo, a nossa capacidade para aprender será um recurso essencial. A nova era do trabalho requer novas competências, pessoas com capacidade de Aprendizagem e Organizações que facilitem este processo.
A diversidade e a profundidade da nossa rede fora da nossa Organização atual, será a versão atualizada da segurança no emprego que os nossos pais e avós um dia conheceram.
O profissional conectado liga-se a pessoas e oportunidades, envolve-se com profissionais da sua área de interesse e amplia os seus conhecimentos. A conectividade oferece-nos, assim, a possibilidade de participar na aprendizagem de outras pessoas e fortalecer a nossa própria aprendizagem e conhecimento através das possibilidades virtualmente ilimitadas da rede. Aprender é novo Projeto de Vida.
Leituras Recomendadas:
. The difference between social learning and social collaboration: “Aprendizagem social não é um termo novo; nós sempre aprendemos socialmente – dos nossos pais, irmãos, amigos e colegas de trabalho. (…) Mas uma nova definição de aprendizagem social emergiu nos últimos anos, que implica o uso da tecnologia social para apoiar a aprendizagem.”
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